Assistir ao pôr-do-sol é uma experiência reveladora.
Mas assistir não é o mesmo que olhar !
O aparente movimento solar é demonstração inequívoca da mágica relação entre espaço e tempo, das leis naturais.
Tão rápida em nossos relógios, a experiência pode resumir-se ao deslumbramento, reter-se à superfície da visão, não deflagrando mais que admiração, encantamento. Mas o observar mais atento vai além de ver, captar formas e cores, enlevar-se com a cena. Instiga algo mais profundo: planta interrogações adiante das exclamações naturais de beleza.
Aquele ser gigante, não divisável, em luz difusa, toma contornos. Torna-se perceptível como forma geométrica, visível como astro incandescente, em cores fortes. E rapidamente desaparece no horizonte... levando consigo a luz.
Reinava tomando todo o céu, impossível de localizar e, ainda assim, sentido, percebido, poderoso. Em instantes deixa-se ver, nítido... e fugazmente se esconde. Em pouco mais que um piscar d’olhos desaparece, some... estando lá, permanecendo em seu lugar... parecendo não estar.
É física, química, biologia... divindade. O que parece magia resume a existência, retrata mecanismos universais de vida... e morte.
Estamos aqui, encorpados... sendo seres diluídos, luz difusa.
E partimos... ficando. Presentes... invisíveis.
Bommmmm dia !