A VIDA OFERECE, DIA A DIA, NOVOS ARES, NOVAS CORES. CONTINUA SENDO ESCRITA COM POESIA em WWW.ESCREVENDOAVIDACOMPOESIA.BLOGSPOT.COM

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ahhh, chuva !...
Ah, a chuva, que bem vinda ! Sua visita fora anunciada, contudo sua chegada suplanta, sempre, em sensações, a expectativa. Seus passos são ouvidos a caminho, mansos, ainda à distância, como o tilintar de saltos finos em superfície lisa. Crescem em intensidade à medida que se aproxima, mudando timbres, alterando o som, num crescente de vigor... até que toca paredes, portas. Bate para entrar ? Ou apenas exibir-se, mostrar-se ali, presente em seu vestido longo, prateado, transparente, que insinua e deixa ver, despertando exclamações... e arrepios ?! Tolida, mantida lá fora, impedida de entrar, contenta-se com o canto, em cantar... tocando janelas, esboçando partituras, desenhando em vidros suas notas. Ah, quantas as melodias !... Todas hipnóticas, conduzindo ao relaxamento, ao sono... ou à meditação, ao passeio interior. Suscitando outros olhares, naturalmente plantando outras buscas, levam o ser geralmente a seu âmago, mais para dentro de si. Mesmo a vigília é outra. Olhos abertos tendem a mirar mais longe e o olhar perde-se, vago, distante, às vezes enevoado... até encontrar quem o dirige, em viagens que vão de pensamentos, lembranças a insights, emoções.
Após uma noite inteira de encanto, a alvorada, serena, é silente, quase solene. A chuva acomoda-se um pouco. Assenta em poças, às calçadas. Mostra-se, sim, mas em reflexos, imagens relativamente fixas do que fora pleno movimento. Cede em dança permitindo ao dia descortinar-se em manhã branca, esfumaçada, fresca, climatizada de mistério... convidando à quietude, contemplação, investigação. Ah, é quando pode surgir, aportar, aquele detetive particular inconsciente, que divagando, põe-se a escavar o que se passa, o que se sente !...
A chuva, que vem visitar sem convite, traz ainda seus presentes !...
Será ela acolhida, apreciada, degustada ?
Aqui será brindada... com literatura, reflexões, abraços, passeios... além, claro, de um chá quente !


Bommmm dia !


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Dor de crescimento
Sentimo-nos, às vezes, tolos,
Sem rédeas de sentimentos.
Passageiros...
De situações e de nós mesmos,
Sem o governo desejado da emoção.

Sentenciamo-nos, às vezes, idiotas,
Sem domínio,
Receosos de julgamento,
Temerosos de derrotas.

Crescer dói.


Bommmmm dia !



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ser real
Pode parecer fácil e não ser tão simples. Assumir-se, quando adulto, demanda coragem. Moldado por educação, cultura, cobranças, decepções, defesas... falta ao adulto o que é inerente à criança. Aceder à porção natural e espontânea da infância, acomodando-a adequadamente em outra idade, pede não apenas desejo mas empenho da vontade. A consciência dos benefícios - um ponto de partida - isolada é insuficiente.

Inadvertidamente, sem perceber, o ser que “cresce” ergue máscaras que supostamente o protegem e fortificam, que parecem facilitar o enfrentamento dos fatos, a lida com as coisas da vida.

De disfarces a muros, estabelecem-se padrões de conduta, incorporam-se papéis, fixam-se características vendidas como verdadeiras. De tão exercitadas são compradas até mesmo pelo próprio criador, que incorpora o personagem, vivendo o palco em tempo integral.

Mas máscaras têm um peso. O que defende também pode atacar. Com o passar do tempo respirar fica difícil, falta ar interior. Viver o que se sente, dar vazão às necessidades internas passa a ser indispensável, vital. A autenticidade pede passagem, cobra espaço... e encontra barreiras. A essência apenas quer o que lhe é de direito: sair, aflorar, fluir um pouco mais. Defronta-se, contudo, com limites, muralhas auto-impostas.

É quando advém outra etapa. Começa o trabalho de subtrair, eliminar camadas de tinta, desvencilhar-se da camuflagem, da roupagem excessiva... no anseio de caminhar mais leve, mais solto.

É a maturidade que chega, como etapa evolutiva, querendo promover o encontro do adulto com sua criança, com sua natureza espontânea latente, guardada, adormecida.

Assim as partes do todo podem fazer as pazes, reconciliar-se. Ao associarem-se com mais verdade, as faces do ser criam possibilidades para uma convivência mais pacífica e harmoniosa entre qualidades e defeitos, potenciais e limitações, força e doçura: tudo o que o Ser quer ter ! 



Bommmm dia !



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Viagens... 
Os olhos não encontram
O que o coração vê.

Esse sensor de sentimentos
Suplanta os sentidos,
Levando longe...
Até você.

Imagens passeiam, passam.
Amor cinge, abraça.
Aporta manso,
Abarca o peito,
Fica.
Conduz-me e habita.
Reside em mim.


Bommmm dia !


terça-feira, 24 de abril de 2012

Somos mar 
Somos mar.
Águas vastas
Em ondas crespas,
Vagas mansas...
Lago imenso,
Rios de dados
E correntes
De emoção.

Imensidão
Que acomoda,
Gota a gota,
Vários mundos,
Contendo o pouco
Em tanto
E o todo
Em muito.

Mar somos
Eu e você.
Mistura
Do que se sabe,
Ouve-se, vê.
E se supõe,
E só se sente.

Espelhos,
Refletores,
Caixas de luz
E escuridão.

Horizonte
Continente
De mente
E coração.


Bommmmm dia !


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Subconsciência
Latência...
Ou vivência interior.

O não expresso,
Não estampado,
Está potente,
Intenso,
Guardado...
Aguardando
Momento apropriado
De surgir.

A mente que pensa
Com razão
Nem sempre alcança
Profundezas
Do sentir...

Que espera...
Melhor-idade da semente
Pra germinar,
Brotar, florir.


Bommmm dia !



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Jogo da vida
Façam suas escolhas,
Façam suas apostas,
A sorte está lançada.

Foi dada a largada,
Começou a partida.
Não há cartas marcadas
Neste jogo,
O da vida.

A que se resume o viver
Senão a ganhar e a perder ?!

O que temos em mãos ?

Eternos amadores,
Estamos jogadores
Apostando a existência
Entre o querer e o poder,
O dever e o desejo,
A razão e a emoção,
O amor, o carinho, a paixão...
No que chamamos de vida.

Foi dada a largada,
Começou a partida.



Bommmmmm dia !


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Insight
Irrompe forte,
Súbita-mente
Feito luz,
Tomando a cena
Qual clarão.

É sensação,
Expressão
De sentimento...

Ou instrumento,
Veio, jorro, broto,
Nascente de energia...

Manifesto
Da soma inteligente, 
Sensitiva,
Declarada  
Em pensamento,
Tendo a mente
Como via ?!


Bommmmm dia !


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Inquietude
Efervescência
Silenciosa
Que destempera.
Balanço
De desgosto,
Interna agitação.
Sabor amaro
De movimento
Improdutivo
Que nauseia
Sem água,
Esquenta
Sem calor,
Atordoa
Por pressão.


Bommmm dia !


terça-feira, 17 de abril de 2012

Espera
É demora,
Debate, dilação.
Expectativa,
Retardo...
De ação.

Anseia, supõe,
Imagina, deseja,
Considera...
Quem aguarda.
Assaltado,
Reduzido
De segurança,
Certeza.

Vigia, espreita,
Tenciona...
Emboscado no tempo.
Em armadilhas,
Vagas,laços,
Ciladas...
Do pensamento.



Bommmmm dia !

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Amor com A
Ama-se sempre
Quando um dia se Amou.

Assim,
Passado fica...
Patente,
Amor vive...
Presente.

A ausência
Concreta
Acontece...
Real.

Amor,
No entanto,
É presença
...imortal.


Bommmmm dia !

sexta-feira, 13 de abril de 2012

 Radiografando o coração
Dentro de cada um mora esse ser que pulsa e que contraindo balança... sem sair do lugar. Ele próprio dividido, coordena-se para comando de um complexo maior.

Tem cômodos largos, passagens estreitas, vias de acesso para impulso ao fluido vital. Entre fibras fortes e condutos delicados, um intrincado sistema elétrico rege o aparato: um marcapasso natural, sistema nervoso de endereço peitoral.

Parece uma pêra grande, espanhola, carnuda, de onde brota extensa rede de afluentes, irrigando e drenando imenso continente corporal.

No tórax, situa-se mais à direita de quem vem sem, contudo, causar desequilíbrio. É regente e bateria: quem imprime ritmo, dá o tom do desfile das funções. Mestre na evolução, é peça chave na harmonia.

Mantém-se escondido, entre grades, na coxia; invisível a olhares naturais. Mas é ouvido, sentido, bate e apanha. Anda, corre. Fala, por sinais, uma língua não verbal.

Tem mais que funções materiais. É dirigente de emoção, honoris causa em simbologia, sendo palco de dores, tristezas e alegrias.

Aceito como maestro do amor, regente mor dos sentimentos, coreografa magistralmente o corpo de baile emocional. Abre e encerra o desfile na avenida da vida, no peito de cada mortal.


Bommmmmm dia !


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Saudade agora
Saudade hoje não é perda,
Mas presente.
O ser amado é, sim, ausente...
Contudo está
Intenso,
Imenso,
Doce
Em meu ser...
No meu sentir,
No meu pensar.




Bommmm dia !


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Energia
Algo vibra em nós, invisível. Nem sempre o percebemos. Transparente, sem forma... e de todas as formas, faz de nós peças e todo, partes e conjunto: diferentes elementos de poder que compõe, alimenta, movimenta, sustenta.

Algo vibra em nós, invisível. Guiamo-nos regidos por mais que razões, determinantes claras, objetivas. Seguimos forças vitais. Por vezes muito mais fortes que os mandamentos racionais, que divisórias morais, que as leis.  

Algo vibra em nós, invisível. Dirigimos sendo dirigidos... por nós mesmos e algo mais. Já alcançamos estrelas, desbravamos mundos, sendo ainda desconhecidos de nós. Nossos universos particulares, gigantes, apontam para jornadas inesgotáveis, desafios infinitos !

Algo vibra em nós, invisível. Acostumamo-nos a aceitar o possível ao toque, o que se pode expor em equações, alcançar com o olhar, definir em conceitos, provar com lógica. Esquecemos que o ser que é fogo antes de mais nada é fagulha, pequena chama... que nem sempre se mede ou se vê.

Algo vibra em nós, invisível. Motor maior de tudo, é o que somos e o que nos cerca. Essência da existência das unidades e sua soma. Presença em diferentes massas, intensidades, direções, sentidos... modulada por múltiplas formas de expressão.

Algo vibra em nós, invisível. E nos dá vida.

Seu nome ?


Bommmm dia !


terça-feira, 10 de abril de 2012

Alquiemoção
Ah, quanta alquimia
Cozinha este fogão !

São caldeirões de sentimentos,
Teses, supostas certezas,
Saberes, mistérios...
A mesclar-se
Servindo mesas
De corpos, peitos, mentes
De gente,
Da vida.

Ingredientes substantivos,
Temperos adjetivos,
Predicados de tantos tons.
Arranjos
Carreando segredos,
Criando surpresas,
Compondo misturas, sabores,
Fazendo magia...

Ah, quanta alquimia
Cozinha a emoção !


Bommmmm dia !


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dança de pensamentos
Bailam as ideias
Costurando lembranças,
Unindo memórias,
Amealhando dados...
Roubando presente
Em viagens de ansiedade,
Travessias de passado,
Passeios
E passagens
De alegrias e tristezas.

O intangível sapateia
Dentro de nossas cabeças,
A suscitar sentimentos,
Precipitar sensações.

Tempos se encontram,
Entrelaçam-se,
Separam-se.
São e somem,
Distanciam-se,
Aproximam-se,
Rodopiam...
Tal dançarinos em salão.

Salsas cessam,
Valsas passam...
Razões conversam,
Emoções cantam...
Des e afinadas.

Entre notas e passos
Pensar faz dança.

E a vida, movimento,
Segue.
Evolui...
Ou tão somente avança.


Bommmm dia !


sexta-feira, 6 de abril de 2012

De tudo um pouco, um pouco de tudo...
Todos somos um pouco bons, um pouco maus...
Feios e bonitos, normais e esquisitos,
Um pouco isso, um pouco aquilo...
É natural !

Entre tantas nuances,
Êxistências desenham-se, dançam.

Somos bailarinos...
Em tempo integral.

Você não é, não sou,
Não somos perfeitos !

Desnudando qualidades,
Descobrimos defeitos.

Noites sucedem os dias,
Só há tristezas porque há alegrias,
Só há prazer porque existe dor.

Viver é ser tudo num pouco,
Um pouco em tudo...
Evolvendo no amor.



Bommmmm dia !

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O importante & o diferente
Características diferem, personalidades e opiniões são muitas. Experiências particulares, pessoais, somam-se ao “saber”coletivo estabelecendo os valores de cada um. Vivemos uma época em que a informação não apenas corre e movimenta tudo mas voa e tenta impor padrões de pensamento e comportamento como nunca antes.

Sempre coube ao diferente uma existência marginal. Dificilmente sua aceitação é natural, espontânea, sem alguma resistência. O diferente suscita espanto, questionamento, medo. A reação primeira, primária, não é de acolhimento mas de rejeição, negação, afastamento... quando não de enfrentamento, combate. O ataque muitas vezes é mecanismo de defesa, apresentando-se como via automática, inconsciente.

Seria essa nossa programação mais primitiva ?  Originaria-se da necessidade pré-histórica de sobrevivência essa tendência a separar o que destoa, esse nosso pender à luta ? Mas o instinto deve ser simplesmente exercitado, sem lapidação ? E onde fica a evolução ?

Não somos mais neanderthais, homens das cavernas. Águas e mais águas passam sobre as pontes do tempo transformando seres, coisas... transformando o mundo. Dispomos de tantas mais ferramentas quanto maiores passam a ser as responsabilidades. Jamais ofereceu-se tanto conhecimento ou tantas possibilidades de escolha. Nossas mentes nos devem dar direção. Cabe-nos seu melhor exercício.

O ser deixa-se reduzir seguindo manadas ou meramente seus impulsos. O pensar, o refletir, o ponderar, pesando valores e necessidades do ser – único –  não deveria dirigir com mais veemência suas opções ?

A alguém é possível viver a vida alheia, incorporar suas dores, experimentar seus conflitos, vivenciar seus louros ? Na senda do homem mentalmente são, a quem cabem, então, as decisões sobre si ?

O que é importante é definição de cada um. O diferente também pode ser normal ainda que fuja a padrões. Afinal, quem os estabelece ?

A essência da liberdade é que a cada um seja permitida a realização de escolhas referentes à própria existência, sob o peso dos efeitos sobre si – para o bem ou para o mal. Pois que esse direito encontre espaço sem o peso adicional de tantos preconceitos, sentenças antecipadas e tentativas de imposição externa, ainda que subjetivas.


Bommmm dia !




quarta-feira, 4 de abril de 2012

Consagração
Ir além do um faz dois melhor.
Mais que unir, adiciona.

Agrega, soma.
Faz algo maior.

Fecunda outra entidade,
Outra pessoa:
A segunda do plural.

Consagra o eu e o tu
Num nós real.


Bommmmm dia !



terça-feira, 3 de abril de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Faces
Quantas histórias,
Experiências,
Encantos, desencantos
Encontram-se incrustados,
Escondidos e estampados
Nesses traços, nessas linhas ?!

A vida é escrita, esculpida,
E a trajetória retratada,
Na face marcada,
Emoldurada
Em formas e perfis,
Em sinais ganhos
E perdidos.

Cada vinco, cada ponto,
Cada mancha, cada mácula
Marca passos.

A mímica armazena emoções,
Aloja lágrimas,
Hospeda sorrisos.

Luzes,
Tintas
Pregas,
Movimentos...
São memória.
Carregam história,
Contam, comunicam.
Exprimem momentos
De humanidade...
De presente vivente
E passado vivido.


Bommmm dia !