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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A hora do amor
A hora do amor é filme sem roteiro, pintura sem tela, trilha sem letra. Quando seres enamorados se encontram tudo pode acontecer: o que foi sonhado, pretendido, programado... tudo certo ou tudo “de errado”... ou ser tudo surpresa.

O cenário é relevante ? Ah, pode ser interessante, contar pontos... compondo clima, atmosfera, instigando sentidos, introduzindo cenas. Mas logo se esvai, vira fumaça. Evapora de repente, importando nada mais, sendo só, depois, tênue lembrança.

O enlace dá ensejo a instintos, movimentos e emoções. Desenha encantos, quadros lindos... com as tintas dos dois. Olhos brilham, mãos passeiam, bocas namoram, corpos unem-se... ansiando ser um só. Todos falam. Então, adeus palco !... Lá se vai - impensado ou escolhido - cedendo lugar exclusivo ao romance, à ação.

Personagens adornados de perfumes e suores colorem o ambiente de calores. Cantam sentimentos, sensações, em sussurros e gemidos... qual sopranos, qual tenores. O enredo não escrito é atuado, compondo bossas, baladas, sinfonias. Acontece o encontro que exprime eternidade, num momento sem limites. O tempo para... para tudo acontecer.

A hora do amor é redenção, insanidade... dialética e síntese. É casamento de encantos, comunhão de predicados, verbos e adjetivos tantos !... Soma de diferenças buscando igualdade, diálogo de antíteses e afinidades.

É Vinícius, Kundera, Monet, Van Gogh, Beethoven, Da Vinci, Bizet... o mar, o céu, a terra... o fogo, a água, o ar. Um tudo em ato que enleva, sublima, supera a matéria. Um hiato denso, rico, bonito... instantaneamente infinito.


Bommmmm dia !