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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Despedidas
O adeus não é azul. Tem cor de pôr-do-sol, cair da tarde, levantar da noite. Leva, furta sempre alguma luz, baixa temperaturas. Parece pedir abraço, um agasalho que amenize o inevitável frio interior, dando algum alívio ao peito apertado, aos sentimentos dilatados do ser contraído.

Pronunciado no mais das vezes em voz baixa, ecoa longe, ecoa alto, abalando estruturas de dentro e, ainda que invisível, é percebido à distância. Fica entre o silêncio e o grito, ocupando um espaço imenso... apesar de caber em pouco tempo... que representa eternidade.

Despedidas pontuam frases, fecham fases. Distanciando seres, desatando relacionamentos, atam os capítulos das estórias que vivemos. Deixam, no entanto, sempre, de início, um gosto estranho na boca do coração, no paladar das emoções.

Despedidas são naturais... porque tudo que tem início tem fim. Um fim que muitas vezes gostaríamos de adiar ou preferimos ignorar... até que chega... batendo definitivamente à nossa porta: não é mais questão de escolher, convidar a entrar ou não.

Despedidas são normais... mas nem sempre ansiadas. Percorrem a vida de todas as coisas, moram em todas as casas. Encerram ciclos, encetam novas etapas, modulam relações, mudam perspectivas. Em movimentos de afastamento, aproximam outros pontos. No desligamento, oferecem outras ligações.

Despedidas, a princípio, são dor. Ainda que encaradas com ares de razão, ilustradas com pretensos sorrisos, invariavelmente contêm algum pesar. Mas, como partos, são necessárias à continuidade, ao prosseguimento da existência.

Algo novo começa a partir de todo adeus. E é assim que vidas seguem.



Bommmmm dia !