Parece inatividade, parece passivo... mas pode ser exercício - requerendo força, fé, envolvimento, dedicação: uma forma de alongamento mental, de musculação emocional.
Esse aceitar não é desistir. É pelejar... para ultrapassar as próprias barreiras. É discernir, enxergar com lucidez, abrir mão... de brigar em vão. Algumas vezes a única forma de seguir sem mutilar-se ou a única abertura possível para a mudança.
Quão frequentemente deparamo-nos com situações para as quais não encontramos respostas ou com as quais nos desgastamos, agitando-nos, resistindo, sem progresso ?! Aceitar nossa impotência diante de algumas condições pode ser o único modo de ultrapassá-las, vencê-las.
Alguns fatos não oferecem explicações, alguns "diagnósticos" nos são apresentados esfumaçados, envoltos em mecanismos obscuros e "tratamentos" no campo das esperanças. Algumas notícias nos chegam, de repente, inacreditáveis, caindo como bombas ou estourando como rojões.
Acostumados à lógica, à aritmética fácil, ao ver e ao palpar; colocados diante do desconhecido tendemos a perder o equilíbrio. Vencer parece carecer de uma revolta, de luta armada... e o fato declarado parece ser o único alvo possível. Assim, repetidamente debatemo-nos bradando ao vento, despendendo, em vão, uma energia preciosa !...
Fatos concretos não pedem a bravura da insurreição e sim da serenidade - que também é atitude, ação. Em muitos momentos é a via inteligente, soberana e dirigente, levando adiante, passando longe da resignação.
Aceitar que alguns fatos não podem ser alterados ajuda-nos a superá-los. Aceitar que não é possível voltar atrás reforça que as possibilidades estão no agora, estão à frente.
Debater-se não é nadar. Importante é empenhar energia em movimentos produtivos, em ações frutíferas.
Aceitar limitações não é necessariamente limitar-se, mas concentrar-se no efetivo, buscando fazer o possível acontecer.
Bommmmm dia !