A VIDA OFERECE, DIA A DIA, NOVOS ARES, NOVAS CORES. CONTINUA SENDO ESCRITA COM POESIA em WWW.ESCREVENDOAVIDACOMPOESIA.BLOGSPOT.COM

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Quisera... 
Morar só em sorrisos...
Ninar as noites dos dias,
Despertar ondas de luz.
Velejar olhos,
Dissipar névoas,
Nadar pelas praias do peito
E, mansamente,
Ancorar palavras claras,
Sentir sincero.
Aportar em atos ternos,
Reais de magia...
A serenar
Com amor.

Bommmmmm dia !


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

De mente
Mansão de egos e sonhos,
Reino de ilusões e conflitos medonhos,
A mente não é somente
Baú de neurônios.
É celeiro de sementes,
Maternidade de idéias,
Labirinto de emoções,
Biblioteca da razão.
Paraíso...
Ou prisão.


Bommmmm dia !


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Silêncio
O silêncio fala...
Todas as línguas.
É brilhante !...
Sem dizer, conta
E inventa estórias,
Dá vida,
Traz memórias,
Celebra,
Vela,
Chora,
Ressuscita.            

O silêncio é colorido
Ou dolorido
Ou perfumado...
A depender do pensado
E do que o antecedeu.

Silêncio é benção
Ou penitência
A depender...
Do que tirou
E do que deu.

É remédio
Ou tormento
A depender...
Do que brotou,
Do que morreu.

O silêncio é frio
Ou quente
A depender da paz da gente,
Da temperatura do peito,
Dos conteúdos da mente.

É a entrada
Ou a saída,
Dia claro
Ou noite tinta,
A chegada
Ou a partida...

Início,
Meio
Ou fim.


Bommmmmm dia !


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Namorar
Morar no outro um pouco,
Ter no peito um porto,
O coração no pensamento.




Bommmmm dia !



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Conjugando o verbo amar
Coração malandro
Bate de vez em quando
Chantageando o pensamento,
Esperando um bom momento
Para, num pulo
Perfeito,
Saltar, saltar, saltar...
Mostrando quem, de direito,
Dá rumo aos sentimentos, domina a razão.                              
Pois no amar conjuga o peito...
E quem governa ?
O coração.


Bommmmm dia !

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Verdadeiros
Somos fracos... e somos fortes. Alternamos naturalmente esses estados de estar e de sentir. Não somos, em verdade, nem uma coisa nem outra, mas as duas. Orgulhamo-nos da segunda, evitamos a admissão da primeira. Por quê ? Fomos criados assim.

Valorizamos algumas características fugindo de outras, sem perceber que são apenas faces opostas da mesma moeda e se completam. Tendemos a enxergar na fragilidade apenas seus deméritos sem nos darmos conta das portas que abre, dos caminhos que oferta: possibilita-nos a transparência, permite-nos experimentar quem somos, sem máscaras ou etiquetas.

Por que tememos ser nós mesmos ? É nos momentos em que nos entregamos à nossa essência e nos permitimos vivê-la que somos mais felizes ! No entanto, passamos a maior parte da existência lutando para ser o que não somos, carregando o pesado fardo de não aceitarmos nossas disparidades, inconsistências e discrepâncias. Compensa ?

Somos frágeis. E é importante sê-lo. É fator de equilíbrio, é vetor de crescimento.
Somos frágeis. E é belo saber sê-lo, com naturalidade, com dignidade. Entregar a si e aos outros nossas verdades é ato de humanidade... e de coragem. É nossa vulnerabilidade que nos impede de erguer muros intransponíveis que nos isolariam do mundo e nos fechariam em nós mesmos - uma característica que nos protege de construir relacionamentos e sociedades de pedra ou de gelo.

É maravilhoso conviver, dividir espaço com seres de verdade... que pulsam, vibram ! Sua presença ilumina e nos contamina... simplesmente por serem quem são: fracos e fortes, divididos e inteiros - verdadeiros !


Bommmmm dia !

Todos os dias
O dia vem dormir
Todas as noites,
Ao entardecer.
O sol se recolhe num canto,
Esconde-se avermelhado.
Envergonhado ?
...Até desfalecer.

Assisto o dia deitar-se,
Cobrir-se de escurecer.
E a noite despertar 
Descortinando véus de mistério,
Derramando-se em estrelas,
Devagar...

Azulada,
Acinzentada,
Negra
E mágica.
Escura
E clara...
Dia a dia.

Bommmmm dia !   


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tudo do agora
Abri a janela, olhei para fora. O que vi ?
Beleza, brilho... energia.
Janela aberta, olhei ao redor. O que senti ?
Reconhecimento, admiração.
Olhei para dentro. O que encontrei, o que vivi ?
Ahh, gratidão !
Um imenso obrigaaaada !...
E mais nada.
Tomou-me sem lacunas,
Perguntas,
Espaço para pesar,
Lágrimas, dor.

Por nada em especial,
Por tudo em especial,
Por alguém em especial,
Para alguém em especial.

Um enorrrrrrme,
Imennnnso obrigada
É o poema do agora,
Exclamação do dia.

E se basta.


Bommmmmmm dia !

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Inspiração
Do que está, quando há presença, 
E quando falta, do que não vem.
Das relações, distâncias, recheios, espaços...
E dos discursos, e das discórdias, e dos carinhos.
Da dúvida, do desejo,
Da certeza, do ideal,
Do sonho, do sentimento.
Do agora, do ontem, do futuro.
À vista, a prazo,
Na claridade... e no escuro,
Na plenitude, na carência,
No dever e na vontade,
Necessidade e prazer.
Quando há amor
E quando há dor
E quando passa.
No que acalma,
Aconchega,
Enleva,
Excita
E arrebata
Em si,
No outro,
Em nós,
Em tudo.

Chuva e frio também plantam.
Com calor, germina.
Da vivência e da ausência brota...
E ansiando a-cor-dar,
Nina.

Bommmmm dia !


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Voz do olhar



A mudez brada 
Em olhares transparentes,
Vocifera
No grito de lábios silentes.


Bommmmm dia !


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Transformação
Atente,
Aplique cuidado,
Devote-se ao ato.
Coloque-se presente,
Pleno, completo,
Todo no instante,
Sem divisão.
Sem separar mente,
Apartar pensamento,
Desunir ação.

Repare, concentre,
Faça a junção.
Some, agregue
Sentir ao movimento.
Faça-se absorto, no agora,
Ao momento.
Acople ao agir a emoção.

Atenção transforma,
Transmuta o ato,
Manifesta força,
Altera o estar,
Melhora o ser
.

 


Bommmmmm dia !


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Das alturas do tempo
O tempo desfila
Na passarela dos dias, das horas,
Em diversos compassos.
A certa altura, não espera.
O adiante parece curto.
Adiar é dúvida.

A certeza tem o agora,
Quer encontro,
Fatos,
O possível.
Não sabe futuro,
Não se perde em passado.
Só quer ser...
Sem deixar passar.


Bommmmm dia !


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SaLdade
É abraço da lembrança.
Presença da falta
Ocupando espaço.

Vivência ausente,
Relação suspensa,
Vão, moratória,
Fenda na estória.  

Um sentir torto
De não saber direito
E gosto do nada.
Leveza e peso
De água... salgada.

Distância de mar,
Som de silêncio,
Frio de chuva...
Chamando o sol.

Bommmmm dia !


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Comemorações
As datas ditas comemorativas já foram mais exclusivamente especiais. Marcavam ocasiões a celebrar, comportavam verdadeiros rituais de preparação, com aura de eventos ímpares. Momentos planejados com antecedência criavam uma excitação interna que ia além de mera expectativa. Funcionavam como intervalos no tempo regulamentar, pausas para reabastecimento, férias da realidade rotineira, fendas, períodos seletos para prazer. Difícil dizer se o melhor ficava por conta das preliminares ou acontecia realmente naqueles espaços marcados para acontecer.

Porém tudo muda... e as datas consideradas festivas passaram a ser praticamente como as demais. Aniversário, feriados... são bonnns dias... normais. Não que o calendário tenha se alterado, mas pensamentos e emoções simplesmente não giram mais em torno dessas referências pontuais. A demanda interna é outra, o processamento dos eventos também.

O que realmente está diferente, quem mudou ? Mudei !

O que toca não tem momento preciso, data marcada, preparação prévia imperativa. A atenção transforma. E tudo acontece simplesmente, de repente, de fontes várias, em gestos, sorrisos, palavras, olhares, silêncios, sustos, surpresas. Alteram-se prerrogativas, mudam valores. Pompa e circunstância não se fazem necessários. A importância de coisas e pessoas não é a mesma e a expectativa de receber também não: a veemência de produzir tomou espaço. Envelhecimento ? Cansaço ? Maturidade ? Avanço ou retrocesso ?

Datas estabelecidas não são mais condição. A excitação centralizada nelas pode diluir-se entre as demais... e os dias “de comemoração” vão se dividindo e se multiplicando, espalhando-se, abarcando todos os outros.

Parece que a alegria aprendeu que não precisa se concentrar, convergir para um lugar, mas pode repartir-se em frações infinitas e contemplar também o impreciso e o inesperado do dia-a-dia.


Todo hoje pode ter magia e ser festa.

Não é algo digno de comemoração ?!


Bommmmmm dia !


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O olhar que precisa se casar
Olhos que olham apenas para fora,
Parecendo acordados,
Estão ainda adormecidos.
São janelas ilusórias
De um de nossos sentidos.

Enxergar é mais que ver.
Ver é mais que olhar,
Mais que captar informações,
Mais que formar imagens na retina.

O olhar que olha apenas para fora
Buscando encontrar
Está perdido.
O mundo a desvendar está além,
Conosco... consigo, comigo...

Olhos que olham apenas para fora
Distanciam-se facilmente do agora,
Procurando, equivocados,
No futuro ou no passado
As bênçãos ansiadas,
O bem querido.

O olhar que olha apenas para fora
Habitua-se, acomoda-se
Ao crer limitante dos órgãos da visão.

São olhos esquecidos,
Celibatários,
Inebriados, entorpecidos...

Precisam urgente enamorar-se da alma...
E casar com o coração !...


Bommmmm dia !


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Embalos de sábado à noite...
Um corpo apoiado na cadeira, a música vinda de longe: começa a alquimia.
A conversa vai abrindo, cedendo espaço à melodia, que se avoluma, adensa, chama. Eis que toma lugar na cena, invoca, conclama atenção... dirigida, antes, apenas a estórias, relatos, risos.

Mãos balançam, dedilhando a mesa. Pés tocam o chão e, suspensos, ensaiam sair do lugar. Iniciam-se movimentos... encadeados com quadris. Nada consciente, mas imanente... num crescente agitado, modulado pelo som, mudando o andamento de tudo. Irresistível !

Ondas, forças invisíveis invadem, enlevam, encantam: feitiço sonoro de efeito embriagante, entorpecente. Abarcam todo ser, apoderam-se dos sentidos, fazem da carne refém... que se move animado.

Membros têm vida e, aparentemente independentes, desenham mudanças amplas de postura, alteram toda linguagem corporal. Num instante, orquestrados são conjunto: maestro, bailarinos e balé num palco só... que não se contém, põe-se de pé, compondo marchas e rés.

O corpo se solta, em deslocamentos amplos, sinuosos... bailando braços, passeando pernas, circulando o salão... sem peso, pudores, inibição... parecendo leve, parecendo livre.

No alto de um salto eleva-se o humor, leva-se a alegria às alturas. E o ser se acaaaaba, dançando !... Colorindo a face com sorriso de criança, adolescendo o coração maduro, lavando a alma.


Bommmmmm dia !


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Depois
Depois é inação
A abandonar...
É tempo
Que não se tem.

Depois
Não dá ensejo,
Suspende o ato,
Adia o feito...
Somando espaços.

Depois
É despojar-se do presente,
Plantar a dúvida,
Protelando...
E aguardar.
Adiante há de chegar ?

Depois
É história não escrita,
Beijo não dado,
Abraço perdido,
Antessala do adeus...
Um provável não fazer.

Depois
É abster-se,
Renunciar,
Facultar,
Deixar passar, fugir,
Esvaecer...


Bommmmmm dia !


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Palavra plural
Gosto de nosso,
Que supõe proximidade,
Partilha, liga, laço...
Que ata a mais alguém.
Soma, não separa...
Como tu,
Ou como eu.
Une, junta, casa,
Associa, aconchega,
Ecoa...
Soando mais,
Sempre,
Que um só.


Bommmmm dia !


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Viver & Morrer
Há várias formas de morrer.
Morrer de morte, ou morrer em vida,
De morte matada ou morte morrida.
Há vidas roubadas, vidas passadas, subtrações consentidas.
Pode-se morrer de amor... sem o amor...
Pode-se morrer de vazio, tédio... ou dor,
Acompanhado ou sozinho.
Pode-se morrer lentamente, ou de repente, ou loucamente
Ou aos poucos, sempre...
Devagar... até morrer.
Pode-se morrer no início, no meio e no fim,
Pode-se viver morrendo, morrer vivendo,
Morrer vivo, viver morto.
Há mortes gritantes e mortes invisíveis,
Mortes estranhas, indolores, repetidas...
Não percebidas.
Morre-se momentaneamente,
E de novo, e novamente, muitas vezes.
Morre-se de susto, de medo, numa grande decepção...
Morre-se quando morre um sonho e a cada desilusão.
Morre-se no desespero, morre-se no abandono,
Na ignorância, no isolamento, na separação.

Mata-se e morre-se muito antes de acabar morrendo.

Há que se buscar... viver VIVENDO... melhor !


Bommmmm dia !


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pela palavra
O que não é expresso
Oferece espaço
À incerteza,
Interpretações.

A palavra emitida,
Concreta
Permite oração,
Passa mensagem,
É objeto
Direto.
Faz ponte
Aérea
Atingindo destino,
Sujeito mais certo
De compreensão.


Bommmmmm dia !