Ah, a chuva, que bem vinda ! Sua visita fora anunciada, contudo sua chegada suplanta, sempre, em sensações, a expectativa. Seus passos são ouvidos a caminho, mansos, ainda à distância, como o tilintar de saltos finos em superfície lisa. Crescem em intensidade à medida que se aproxima, mudando timbres, alterando o som, num crescente de vigor... até que toca paredes, portas. Bate para entrar ? Ou apenas exibir-se, mostrar-se ali, presente em seu vestido longo, prateado, transparente, que insinua e deixa ver, despertando exclamações... e arrepios ?! Tolida, mantida lá fora, impedida de entrar, contenta-se com o canto, em cantar... tocando janelas, esboçando partituras, desenhando em vidros suas notas. Ah, quantas as melodias !... Todas hipnóticas, conduzindo ao relaxamento, ao sono... ou à meditação, ao passeio interior. Suscitando outros olhares, naturalmente plantando outras buscas, levam o ser geralmente a seu âmago, mais para dentro de si. Mesmo a vigília é outra. Olhos abertos tendem a mirar mais longe e o olhar perde-se, vago, distante, às vezes enevoado... até encontrar quem o dirige, em viagens que vão de pensamentos, lembranças a insights, emoções.
Após uma noite inteira de encanto, a alvorada, serena, é silente, quase solene. A chuva acomoda-se um pouco. Assenta em poças, às calçadas. Mostra-se, sim, mas em reflexos, imagens relativamente fixas do que fora pleno movimento. Cede em dança permitindo ao dia descortinar-se em manhã branca, esfumaçada, fresca, climatizada de mistério... convidando à quietude, contemplação, investigação. Ah, é quando pode surgir, aportar, aquele detetive particular inconsciente, que divagando, põe-se a escavar o que se passa, o que se sente !...
A chuva, que vem visitar sem convite, traz ainda seus presentes !...
Será ela acolhida, apreciada, degustada ?
Aqui será brindada... com literatura, reflexões, abraços, passeios... além, claro, de um chá quente !
Após uma noite inteira de encanto, a alvorada, serena, é silente, quase solene. A chuva acomoda-se um pouco. Assenta em poças, às calçadas. Mostra-se, sim, mas em reflexos, imagens relativamente fixas do que fora pleno movimento. Cede em dança permitindo ao dia descortinar-se em manhã branca, esfumaçada, fresca, climatizada de mistério... convidando à quietude, contemplação, investigação. Ah, é quando pode surgir, aportar, aquele detetive particular inconsciente, que divagando, põe-se a escavar o que se passa, o que se sente !...
A chuva, que vem visitar sem convite, traz ainda seus presentes !...
Será ela acolhida, apreciada, degustada ?
Aqui será brindada... com literatura, reflexões, abraços, passeios... além, claro, de um chá quente !
Bommmm dia !