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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A viagem & a bagagem
O fim-de-semana foi especial. Tomamos a estrada rumo a um oásis natural onde esperávamos novamente exercitar pernas, olhares, câmeras, relações pessoais. Estávamos todos ansiosos por pisar aquele idílico território ainda por nós intocado, avistando suas duchas, banheiras d’água e paredes de rocha esculpidas sem mãos humanas.
Mas alguém tinha ainda algumas razões a mais para estar ali atenta, inteira, viva. Alguém que levava consigo uma pequena estória, importante em sua história. Carregava consigo uma imensidão de carinho, um pacote imenso de lembranças e sensações que diziam respeito a outro alguém que quisera estar lá, não tendo podido fazê-lo.Viver aquela experiência talvez fosse também, além de tudo, um modo de realizar aquele desejo alheio, uma forma de materializá-lo na vivência de outro corpo... de filha. Ele estaria lá.
E ele estava lá... no dia de aniversário do quarto ano de sua partida. Ele estava lá naquele outro peito, na lembrança que pulsava a cada nova bela visão.
Passo a passo comemoramos juntos o que não havíamos visto juntos antes e que agora era possível vivenciar também por ele: aquela trilha o continha. Não fora um passeio conscientemente planejado assim mas, mais forte que quaisquer razões da mente, eram patentes as razões do coração.
Já ao primeiro dia recebemos, maravilhados, imagens que encheram as retinas, abasteceram-nos de contentamento, estimulando-nos, pedindo mais. O dia seguinte prometia... e cumpriu... de maneira inusitada. 

Éramos surpreendidos por habitantes locais alados 
Que, não convidados, 
Uniram-se ao grupo em peso, 
Aos zumbidos e ferroadas, 
Alterando os tons da caminhada.

Pouco antes da surpresa conjunta, uma particular.
Uma flor de madeira
Como a que recebera do pai, anos antes,
Do chão era fisgada,
De repente, pelo olhar.
Fazia-se presente,
Em corpo de formas diferentes,
Alguém até então caminhante
Pelas vias da memória e emoção.

A programação oficial fora alterada, conduzida pelos acontecimentos imprevistos. A jornada do grupo, abortada ao meio, tomava outra direção e mesmo outros sentidos, furtada de diversão mas enriquecida pelas sensações e descobertas particulares de cada um.

Quem foi, voltou diferente.

Fui... presenteada.
Estive e voltei bem... acompanhada.

Papai ‘do céu’ gosta de mim !