De modo geral, abrindo as portas do inesperado, acrescentam seres, coisas, fatos que de outra forma não entrariam em nossas vidas ou não participariam delas com a mesma intensidade ou relevância.
É bem verdade que as surpresas agradáveis são preferíveis. Aquelas que despertam bons sentimentos, deságuam em boas emoções, são fáceis de abraçar e sempre bem vindas !... Mas o tempo parece indicar que as demais, ainda que totalmente más à primeira vista, carregam também uma carga positiva, invisível de pronto, no momento de impacto. Afinal, bem e mal podem ou não ser relativos, questão de referência, ocasião ?
O incógnito gera ansiedade, receio. Assim, preferimos andar por terrenos familiares, pisar em solo "seguro", buscando trilhas conhecidas, evitando o diferente, rejeitando riscos. Mas qual é, efetivamente, nosso poder sobre o destino ? Muito se pode fazer ! Múltiplas variáveis nos fogem ao comando, contudo.
Tecemos teias de preconceitos e nos deixamos prender, enredar. Isso nos limita sem que percebamos. Tomamos novas possibilidades e novos caminhos - sobretudo os não eleitos - como grandes aventuras ou ameaças... e nem sempre nos achamos prontos a passear por incertezas.
Mas viver é incerto, um grannnnde mistério ! Iniciamos os dias sem jamais saber como terão fim. Acordamos sem garantias de que o faremos outra vez, ainda que nossos pilotos automáticos insistam em ignorar isso.
E seguimos desperdiçando vida ! Planejando, criando expectativas, adiando, tentando dominar eventos, pessoas, coisas... frustrando-nos muito mais do que seria conveniente ou necessário.
Esse mundo ideal, sob rédeas curtas, é espaço de ilusão. O paraíso pode, todavia, ser aqui, ao aceitarmos um certo descontrole, alguma imperfeição.
Importante ter sonhos, traçar metas... da mesma maneira que buscar assimilar o inusitado resistindo menos, não nos defendendo tanto, tentando adaptar-se, fluindo nas mudanças.
E se tivéssemos o domínio de todas as variáveis, sabendo sempre o que esperar ? Que grande monotonia !
As surpresas boas exclamam em sorrisos, ecoando em gratidão. As más deveriam merecer ao menos um ponto de interrogação: o que trazem que não é possível ver... ainda ?
O não saber oferece espaço ao novo, acrescentando, modificando. Assim pode ensinar e fazer crescer os dispostos a aprender.
Bommmmmmmmmmmmm dia !