Pele na pele, calor com calor, sentimentos entrelaçados: tão bom falar com as mãos !
Quando se encontram, no contato delicado de epidermes surge o encanto.
Em mistura de ansiedade, aventura e prazer, unem-se as palmas dos recém apaixonados. Seu encontro é uma barreira ultrapassada. O contato põe fim à expectativa e dá início à realização. Encerrada a espera, a inquietude abre espaço à confiança.
O entrelaçar de dedos indica mudança de estágio da relação: pode-se entrar pela porta da esperança, agora escancarada. Todo o corpo é informado, todo corpo sabe disso, propagada a notícia através da emoção: essas são mãos de paixão.
Algumas outras são mais contidas. Convivem, dividem espaço mas não se envolvem, envergonhadas. Amam mas não se entregam. O contato revela, deixa ver ser vivo. Seu entrelaçar é parto difícil... que dá à luz a união: essas são mãos adultas, de pais e filhos, de amigos, de irmãos.
Maduros, costumamos amar mudos. E se poucas são as palavras, raros são os gestos... porque o toque grita, nos descortina, expõe, entrega. Queremos muito falar. Não conseguimos dizer. Tememos ser vulneráveis, policiando a emoção, não nos permitindo seus sabores.
Que nossas mãos se encontrem... com encanto.
Que gritem e que os corpos ouçam. E que todos saibam disso.
Temer viver ?
Bommmmm dia !