Bocas são atletas. Mexem-se o tempo todo. Por vezes demais.
E dizem coisas tantas pobres, tantas coisas tristes, tantas coisas banais !... Outras tantas impensadas, mal refletidas... teimando em manter-se fechadas aos tesouros do peito. São reticentes, são resistentes, são reservadas, são sovinas quando se trata do amor.
E dizem coisas tantas pobres, tantas coisas tristes, tantas coisas banais !... Outras tantas impensadas, mal refletidas... teimando em manter-se fechadas aos tesouros do peito. São reticentes, são resistentes, são reservadas, são sovinas quando se trata do amor.
Exercitam-se, movem-se, gritam, sendo veículos incríveis na crítica, na contrariedade, na reclamação. Mas são parcimoniosas demais ao dar voz doce ao coração. Se falassem realmente do que carrega, o entendimento seria a regra, pois não há quem resista às argumentações sinceras dos sentimentos reais.
Bocas são portas de alimentos. Poderiam ser mais pontes de paixão. Não seria bom, em movimento inverso, sair pela boca, de dentro, o que consagra o peito ?! Tanto quanto a razão, deveria ele ter direito de expressar-se com verdade - na mágica linguagem do sentimento, da emoção.
Além das muitas futilidades naturais, derramamos pela boca o que o coração não suporta conter. Facilmente permitimos sair o que não podemos digerir, o que não aguentamos guardar. Que então escapa de qualquer forma - geralmente sem ponderações, sem medidas, sem pesar.
E se tentássemos treinar as mentes a conversar mais com nossos corações ?!
E se nossas bocas pudessem ser passagens mais de afeto que de frivolidades e aflições ?!
Bommmmmmm dia !