É verdade que a vida não se presta a ensaio e isso, mais que importante, é fundamental. Mas não estaríamos exagerando em impor a velocidade como uma constante ?!
Economizamos encontros, abreviamos conversas, encurtamos relacionamentos, reduzindo cada vez mais a profundidade das relações... a contatos instantâneos, até mesmo virtuais. Limitamos, já, em mensagens, até mesmo consoantes e vogais. Cedendo aos mandos da modernidade, vamos teclando rápido, abrindo mão do toque, da voz... do olhar.
Vivemos a modernidade do muito... pouco, colecionando contatos... breves... em base numérica elevada. Todos sabem de todos, ninguém conhece ninguém. O tempo, preso aos relógios, foge ao controle. Cada vez mais fluido, enxuto, resume relacionamentos, reduz as trocas, compacta emoções.
Acelerar é preciso. O jeito é correr mais depressa, atravessando lugares, condensando experiências, passando velozmente pelo aqui para alcançar logo um adiante. O corpo, presente, tem a cabeça distante. E o coração, ah, não deve sentir tanto assim ! Quem sabe depois... do objetivo concretizado, da meta atingida.
Ansiamos por prolongar a existência, abreviando a vida, vivendo resumos empobrecidos de nós. Buscando agregar acessórios, economizamos em essências.
Verdadeira miséria humana esta que, invisível, é vivenciada particularmente, em segredo... e não admite censo.
Bommmmmm dia !