Aumentamos de tamanho, alteramos responsabilidades, mudamos deveres, refletimos sobre direitos. Direito ?
Apesar de termos espichado – atribuindo-nos, além de novos manequins, outros patamares de maturidade - continuamos um tanto infantis.
Como negar ? Mantemos em nós, ao menos em parte, aquele ser que não sabe e, temeroso, dividido, recebe o novo de forma insegura, ainda que em pose de entendido.
Administramos alguns setores com mais habilidade que antes. Mas é só. Permanecemos com dúvidas, recheados de incertezas, tateando muitos assuntos no escuro, buscando firmar os pés em terrenos conhecidos... como se não se renovassem ad eternum, oferecendo variáveis infinitas na composição de experiências.
Queremos saber. Queremos profundamente a segurança de pensar que sabemos, de pensar que podemos, de que controlamos tudo. E, ainda mais infantis que crianças pequenas, não podemos perder, padecendo da doença do orgulho.
Segurança ? Doce ilusão ! Miragem renovada auto-imposta que apenas parece nos empurrar adiante. Uma criança repousa eternamente em nós, acordada, por vezes, aos prantos ou aos gritos. Diante de algumas situações surpreende-se assustada, refém dos próprios questionamentos. O que fazer ? Como eu, adulto, maduro, não sei ?
A vida joga xadrez... em versão sem regras totalmente definidas: modalidade que jamais aprendemos plenamente a jogar. A porção criança, que às vezes nos rege, não a domina.
Mas essa criança acostumou-se a brincadeiras juvenis, habilitou-se em certas representações, aprendeu, sob outras regras, versões diversas de esconder, pegar... e “vencer”. Cresce e agrega, no formato pôquer, as cartas. Faz-se e deixa-se ser peça de tabuleiro, pulando, blefando, ocultando, acautelado... na tentativa de esquivar-se de riscos, escapulir de dificuldades, escapar à realidade ou postar-se diante de indecisões.
Joga consigo mesmo... e em suas relações, brincando em pretensa seriedade, num esconde-esconde que mostra a face mas camufla emoções.
Tempo perdido ?!
Trabalho, no mínimo, dobrado.
Jogo de criança grande... que não quer perder.
Bommmmm dia !