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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Dependência/s
Cheguei.
Uma voz chamava.
Apelo interno... que podia ouvir.
Prescindia de algo... que pedia presença.
Sinais de abstinência ?

Fora, já, abduzida pelas prateleiras que se insinuavam nos aeroportos.
Mas não se aproveita uma livraria assim, tempo contado !
É experiência para mais sentidos.
O banquete apenas começa por eles, aliás.
Engolir não é o mesmo que sorver, bocado a bocado.
Prazer demanda entrega, sem pressa, como a que se faz ao amante.

Cheguei.
Havia urgência, necessidade explícita.
O primeiro passeio tinha de ser a seu encontro.
Entre estantes, as mãos, em gesto de carinho ansioso, tocavam capas, folhavam silhuetas. Visitava parágrafos, atraída, totalmente absorta, como um ser apaixonado.

Enamorada, sem sujeito definido, desfilava os olhos ansiando ser escolhida, encantada por algum volume especial a quem entregar-me.

Muita expectativa !
Melhor apreciar o conjunto e não pedir tanto do momento.
O encontro acontece... ou não.

Selecionados alguns espécimes, cresce o envolvimento.
Permiti que se abrissem para mim, como quisessem...
Percorrendo-os com calma... até ser fisgada: é este !

Como peixe, fui presa.
A pressa, então, era de fuga...
Para um encontro silencioso, entre quatro paredes.

Enfim sós.
Depois de algum namoro, satisfação !
Encontrava, ali, resposta à mais recente questão.

Será toda dependência deletéria ?
Ah, penso que não !
A alma alimenta-se também por essa via da matéria – livro, leitura: prazer, informação.

Bommmmmmmm dia !